Etavopivat mostra potencial em reduzir crises vaso-oclusivas em pessoas com doença falciforme, mostra primeiros resultados do estudo de fase 2, HIBISCUS

Etavopivat mostra potencial em reduzir crises vaso-oclusivas em pessoas com doença falciforme, mostra primeiros resultados do estudo de fase 2, HIBISCUS

Data de Publicação: 19 de dezembro de 2024 20:44:00

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Etavopivat mostra potencial em reduzir crises vaso-oclusivas em pessoas com doença falciforme, mostra primeiros resultados do estudo de fase 2, HIBISCUS
 

São Paulo, 19 de dezembro de 2024 – A Novo Nordisk anunciou os resultados de 52 semanas da fase 2 do programa de estudo HIBISCUS, que avalia a eficácia da molécula etavopivat (terapia em fase investigacional) em pessoas com doença falciforme - condição hereditária caracterizada por alterações nos glóbulos vermelhos. Esses resultados foram apresentados no 66o congresso da Sociedade Americana de Hematologia (ASH 2024). em San Diego, Califórnia.

Estes dados foram utilizados para determinar a dose para a fase 3 do programa de estudo HIBISCUS, que está em andamento. Com base no conjunto de informações, foi possível confirmar que o etavopivat tem o potencial de tratar a doença falciforme, indicando uma tendência de redução da incidência de crises vaso-oclusivas (CVOs — bloqueio dos vasos sanguíneos que causa dor intensa e priva os tecidos de fornecimento adequado de oxigênio) ao longo de 52 semanas e aumento na resposta de hemoglobina na semana 24 em comparação com o placebo.1,2 Os resultados serão confirmados na fase 3 do estudo HIBISCUS, quando a eficácia e segurança do tratamento serão confirmadas com um número maior de participantes.

"A doença falciforme é uma condição que impacta profundamente a vida das pessoas, resultando em crises de dor intensa, hospitalizações frequentes e, muitas vezes, uma qualidade de vida severamente comprometida. A falta de tratamentos eficazes e acessíveis para esses pacientes tem sido um desafio constante. Na Novo Nordisk, estamos comprometidos em mudar esse cenário, buscando novas opções terapêuticas que possam realmente fazer a diferença. Ainda em fase de investigação, acreditamos que o etavopivat possa oferecer opção promissora, alinhada com o nosso propósito de derrotar doenças crônicas graves, sempre buscando soluções inovadoras para a população", afirmou Priscilla Mattar, vice-presidente da área médica da Novo Nordisk no Brasil.

Na semana 52, foi observada uma diferença nas crises vaso-oclusivas (CVOs) entre os grupos que tomaram etavopivat e o grupo placebo: nos grupos de etavopivat (200 mg e 400 mg), as taxas de CVO por ano foram de 1,07 e 1,06, respectivamente, enquanto no grupo placebo foi de 1,97.2 Isso significa que os participantes que tomaram etavopivat tiveram menos crises ao longo do ano do que os participantes que tomaram placebo. Além disso, o tempo médio até a primeira crise foi mais longo para os grupos de etavopivat: 33,6 semanas, comparado com 16,9 semanas no grupo placebo. 2 Na semana 24, o aumento nos níveis de hemoglobina foi mais pronunciado nos grupos que tomaram etavopivat: 38% dos participantes no grupo de 200 mg e 25% no grupo de 400 mg apresentaram um aumento superior a 1 g/dL na hemoglobina, em comparação com apenas 10,5% no grupo placebo.2 Por fim, os participantes que usaram etavopivat também mostraram melhorias na fadiga, com os grupos de etavopivat apresentando melhoras numéricas em relação ao placebo, de acordo com a Escala de Fadiga PROMIS.2 

Na população por protocolo (aqueles participantes que seguiram o protocolo de tratamento em 80% ou mais e completaram o período de tratamento duplo-cego sem grandes desvios), as taxas de CVOs foram significativamente mais baixas nos grupos que tomaram etavopivat em comparação ao grupo placebo.2 Para os participantes que tomaram etavopivat 200 mg (n=13) e 400 mg (n=12), as taxas anuais de CVO foram de 0,66 e 0,7, respectivamente, enquanto no grupo placebo (n=15), a taxa foi de 1,77.2 Na semana 24, a resposta em termos de aumento de hemoglobina foi mais pronunciada nos grupos de etavopivat: no grupo de 200 mg, 46% dos pacientes (6 de 13) tiveram um aumento superior a 1 g/dL de hemoglobina, enquanto no grupo de 400 mg, 33% (4 de 12) responderam positivamente.2 No grupo placebo, apenas 13% dos pacientes (2 de 15) apresentaram esse aumento.2 

Quanto aos efeitos adversos graves (EAGs), dois eventos foram identificados como possivelmente ou provavelmente relacionados ao etavopivat. Um participante no grupo de 200 mg teve um aumento nas enzimas hepáticas, enquanto outro paciente no grupo de 400 mg apresentou uma redução na hemoglobina.2 Além disso, dois EAGs no grupo de etavopivat 200 mg levaram à descontinuação permanente do tratamento: aumento de enzimas hepáticas e um acidente vascular cerebral.2 

"Na Novo Nordisk, temos um legado de mais de 35 anos e expertise em hematologia e doenças raras, e nossa ambição é transformar o tratamento padrão para pessoas com doença falciforme, desenvolvendo tratamentos que não apenas aliviem os sintomas, mas também modifiquem o curso da doença", disse Martin Holst Lange, vice-presidente executivo e chefe de Desenvolvimento da Novo Nordisk.3 "Embora estudos adicionais sejam necessários, os resultados emergentes do HIBISCUS podem marcar um passo significativo para alcançar essa ambição e, potencialmente, oferecer às pessoas que vivem com doença falciforme uma opção que pode ajudar a gerenciar os sintomas e a progressão da doença", completa.

Sobre a doença falciforme 

A doença falciforme é um grupo debilitante e potencialmente fatal de doenças raras e hereditárias dos glóbulos vermelhos, causadas por uma mutação no gene da hemoglobina.4 Essa mutação faz com que os glóbulos vermelhos se tornem rígidos e em forma de meia-lua ou 'foice', frente à alguma situações4 As células falciformes são menos eficazes no transporte de oxigênio, não duram tanto quanto as células saudáveis e correm o risco de ficarem presas nos vasos sanguíneos, levando a bloqueios conhecidos como vaso-oclusão.1,5-8 A doença falciforme é caracterizada por dor aguda e crônica, anemia e fadiga, juntamente com CVOs, que podem exigir hospitalização e levar a complicações, incluindo danos a diversos órgãos.4,7,8 Globalmente, quase 8 milhões de pessoas vivem com doença falciforme.Entre 2014 e 2020, 3,75 pessoas a cada 10 mil nascidos vivos no Brasil foram diagnosticadas com doença falciforme, com taxa de mortalidade de cerca de 0,28 óbitos por 100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde brasileiro.

Sobre o HIBISCUS 

HIBISCUS (NCT04624659) é um estudo multicêntrico de fase 2/3, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, que investiga o perfil de segurança e a eficácia do etavopivat na doença falciforme.10 A coorte de determinação de dose da fase 2 do estudo incluiu 60 pacientes com doença falciforme, randomizados em uma proporção de 1:1:1 para receber etavopivat 200 mg, 400 mg ou placebo ao longo de 52 semanas.10 Na fase 3, aproximadamente 380 pacientes com doença falciforme serão randomizados em uma proporção de 1:1 para receber a dose selecionada de etavopivat (400 mg) ou placebo. Os participantes do estudo HIBISCUS poderão continuar por mais 52 semanas em uma fase de extensão aberta, e com a opção de participar de um estudo de longo prazo.10 

Os desfechos primários do HIBISCUS são a taxa anualizada de crises vaso-oclusivas (CVO) na semana 52 e a resposta de hemoglobina na semana 24, medida como um aumento de mais de 1 g/dL em relação ao valor inicial. Os desfechos secundários principais incluem o tempo até a primeira CVO, mudanças nos biomarcadores de hemólise (contagem absoluta de reticulócitos, bilirrubina indireta e lactato desidrogenase) e o resultado de uma medida relatada pelo paciente (Escala de Fadiga PROMIS).10 

Sobre o etavopivat 

O etavopivat é um ativador oral e investigacional da enzima piruvato quinase eritrocitária (PKR), em desenvolvimento para o tratamento da doença falciforme e outras hemoglobinopatias. Ou seja, o medicamento ainda está sendo estudado em ensaios clínicos para o tratamento da doença falciforme e outras condições relacionadas à hemoglobina. Trata-se de um ativador da piruvato quinase eritrocitária (PKR), uma enzima que desempenha um papel importante na produção de energia dentro dos glóbulos vermelhos. A ativação mediada pelo etavopivat da PKR reduz os níveis de 2,3-difosfoglicerato (2,3-DPG) e aumenta os níveis de adenosina trifosfato (ATP) nos glóbulos vermelhos, o que tem o potencial de aumentar a afinidade pelo oxigênio, reduzir a hemólise e diminuir as CVOs, por consequência.11-13 

Sobre a Novo Nordisk

Novo Nordisk é uma empresa líder global em saúde, fundada em 1923 e com sede na Dinamarca. Nosso propósito é impulsionar mudanças para derrotar doenças crônicas graves, inspirados pela nossa história centenária relacionada ao diabetes. Fazemos isso sendo pioneiros em descobertas científicas, expandindo acesso aos nossos medicamentos e trabalhando para prevenir e, até mesmo, curar doenças. A Novo Nordisk emprega mais de 64 mil pessoas em 80 países e comercializa seus produtos em cerca de 170 nações. No Brasil desde 1990, a empresa conta atualmente com mais de 2 mil funcionários. Está presente em três estados, com um escritório administrativo em São Paulo (SP), um centro de distribuição em São José dos Pinhais (PR) e um site produtivo em Montes Claros (MG), reconhecido como a maior fábrica de insulinas do Brasil e América Latina. Para mais informações, visite www.novonordisk.com.br e siga nossos perfis oficiais nas redes sociais InstagramFacebookLinkedIn e YouTube. 

Referências:

1. Jang T, Poplawska M, Cimpeanu E, et al. Vaso-occlusive crisis in sickle cell disease: a vicious cycle of secondary events. J. Transl. Med. 2021;19(1):397.

2. Delicou S, El Rassi F, et al. Etavopivat reduces incidence of vaso-occlusive crises in patients with sickle cell disease: HIBISCUS trial phase 2 results through 52 weeks. 66th Annual Meeting and Exposition of the American Society of Hematology (ASH) 7-10 December 2024, San Diego, US. 179.

3. Novo Nordisk. Data on File.

4. American Society of Hematology. Sickle Cell Disease. Accessed December 2024. Available at https://www.hematology.org/education/patients/anemia/sickle-cell-disease.

5. Safo MK, Kato GJ. Therapeutic strategies to alter the oxygen affinity of sickle hemoglobin. Hematol Oncol Clin North Am. 2014;28(2):217–231.

6. National Heart, Lung, and Blood Institute. What Is Sickle Cell Disease? Accessed December 2024. Available at https://www.nhlbi.nih.gov/health/sickle-cell-disease.

7. Bailey M, Abioye A, Morgan G, et al. Relationship between Vaso-Occlusive Crises and Important Complications in Sickle Cell Disease Patients. Blood. 2019; 134 (Supplement_1):2167.

8. National Organization for Rare Disorders (NORD). Sickle cell disease. Rare Diseases. Accessed December 2024. Available at https://rarediseases.org/rare-diseases/sickle-cell-disease/.

9. Thomson AM, et al. GBD 2021 Sickle Cell Disease Collaborators. Global, regional, and national prevalence and mortality burden of sickle cell disease, 2000-2021: a systematic analysis from the Global Burden of Disease Study 2021. Lancet Haematol. 2023;10(8):e585–e599.

10. Clinicaltrials.gov. A Study of Etavopivat in Adults and Adolescents With Sickle Cell Disease (HIBISCUS). Accessed December 2024. Available at https://clinicaltrials.gov/study/NCT04624659.

11. Saraf SL, Hagar R, Idowu M, et al. Multicenter, phase 1 study of etavopivat (FT-4202) treatment for up to 12 weeks in patients with sickle cell disease. Blood Adv. 2024;8(16):4459–4475.

12. Barros GDS, Leal CVF, Leite LAC, Fujimoto DE, Cançado RD. Real-world evidence of the burden of sickle cell disease: a 5-year longitudinal study at a Brazilian reference center. Hematol Transfus Cell Ther. 2024;46(2):161-166. doi:10.1016/j.htct.2023.10.001

13. Schroeder, P et al. Etavopivat for the treatment of sickle cell disease. J Pharmacol Exp. 2022; 380(3):210-219.

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