✍ Por Pâmela Mello
Que eu gosto de analogias, isso todos já perceberam, mas quem não teve aquela professora da infância que ensinava através de fábulas? A educação é o ponto de partida para a vida, quando não se valoriza o saber, perde-se a capacidade evolutiva.
O que mais me fascina é que o burro jamais irá se passar pelo pavão e isso todos nós sabemos, então porque achar que todos não irão perceber quem você realmente é?
A política é feita também de cenários, mutáveis, volúveis, inconstantes e principalmente enigmáticos.
Nos deparamos com hienas ferozes que hoje atuam em um novo habitat, iludidas com os aplausos de suas semelhantes, foram a caça e tiveram de recuar para as leoas, invejaram o pavão, sempre suntuoso e admirado, os holofotes nunca o deixam, afinal, ele está sempre a exibir sua cauda magnífica, desta vez em uma encenação inédita como cisne em seu derradeiro voo. Mas quem diria, a roubar a cena seria o burro quando começara a zurrar! A platéia admirada com atuações tão assombrosas, alguns aplaudem, outros assistem em um silêncio sepulcral, a se perguntar quem estaria a coordenar tal espetáculo.
A política também é feita de alianças, as razões são diversas e as possibilidades infinitas: permanência de um determinado grupo ao poder, rompimento de antigas alianças, esquemas escusos, derrubar um inimigo, implementação e consolidação de um projeto, etc. Assim, conseguimos constatar que a famosa “dança das cadeiras” precisa existir. Mudanças abruptas na política costumam ser para contenção e remanejamento de crises, muitas vezes internas.
A população, por sua vez, não consegue entender como uma aliança entre o pavão, o burro e a hiena é possível, mas também ignoram que tais alianças são forjadas no oculto. Para a platéia, apenas o espetáculo, e a coxia permanece para um grupo seleto!
É de suma importância acompanhar cada acontecimento com atenção e um certo ceticismo, quem escolhemos para nos representar precisa afirmar alianças que nos beneficiem, a cada queda ou ascensão um recado nos é dado.
