As semanas de moda masculina de Milão e Paris encerraram suas temporadas de primavera/verão 2026 com um ponto em comum: se distanciaram do maximalismo exagerado para buscar o equilíbrio entre leveza, conforto, consciência e inovação estética em meio ao caos do mundo atual. “A coisa mais importante para a gente foi uma mudança de tom: um convite para abraçar a gentileza”, disse a co-diretora criativa da Prada, Miuccia Prada.
Entre as principais tendências, shapes largos, mini-shorts, transparência sutil e trabalhos artesanais. Os materiais são leves e as cores são suaves e neutras.
A Louis Vuitton, por exemplo, apostou em uma nova era do “quiet luxury” estruturado em alfaiataria refinada e tons terrosos. Sob o comando de Pharrell Williams, fundiu elementos da cultura indiana com streetwear em jaquetas bomber e silhuetas soltas, além da “blokecore” sendo reinterpretada de forma sofisticada: camisas transparentes e prints modernos ganharam força na LV, assim como em outras passarelas como da luxuosa Hermès.
‘Good Vibes’
Na Prada, reinou a suavidade e o minimalismo emocional com silhuetas leves, shapes criativos e uma retomada da estética preppy (estilo uniforme escolar) com shorts curtos, cardigãs, polos e estampas infantis. Para sua primavera verão 2026, Miuccia Prada e Raf Simons enfatizaram o oposto da agressividade, em um show de leveza, peças que flertam com o beachwear e cores vibrantes como o turquesa e o verde-limão.
Na Dolce & Gabbana, os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana seguiram sua história baseada na elegância italiana, com roupas leves e oversized imitando pijamas e chinelos de pelos feitos pelas Havaianas. Mais clássico, Brunello Cucinelli também adotou uma moda relaxada, com inspirações na década de 1990 e Giorgio Armani buscou mais fluidez com jaquetas trespassadas com golas de xale e calças frouxas.
Já a P. Andrade, da dupla brasileira Paula Kim e Pedro Andrade, marcou presença no calendário masculino da PFW com a coleção “The Tree is Your Spine” em uma estética que uniu alfaiataria utilitária, renda biológica feita com fungos e bactérias e tingimentos sustentáveis, tudo valorizando a ancestralidade brasileira. A apresentação artística, interativa, reforçou o ciclo vivo da natureza — e colocou o Brasil como protagonista na moda masculina global entre todas essas narrativas da estação que convergem para um vestuário moderno, sensível e inclusivo.
Veja looks:
