Alexandre Herchcovitch alcançou um feito raro na cena cultural brasileira: em 2025, o figura entre os finalistas de duas das premiações mais prestigiadas do mundo – o International Emmy Awards, na categoria Arts Programming (que terá os vencedores anunciados em novembro), e o Prêmio Jabuti, maior honraria literária do país.
“Receber duas indicações tão relevantes, Emmy e o Prêmio Jabuti, é um reconhecimento que me emociona profundamente”, diz Herchcovitch ao Vitrine, de VEJA. “Minha trajetória começou na moda, mas sempre acreditei que a criação vai além das passarelas.”
A moda como narrativa
No Emmy, Herchcovitch concorre com o documentário “Herchcovitch; Exposto” (Herchcovitch; Exposed), produzido pela Mood Hunter para a HBO. A obra mergulha em mais de três décadas de carreira, revelando bastidores, transformações e contradições de um criador que nunca teve medo de subverter códigos. A história vai além do desfile: mostra a moda como expressão cultural e social, atravessando identidade, política e memória.
“Ver meu trabalho dialogar com o audiovisual mostra que a moda pode ser ponto de partida para muitas outras narrativas culturais”, afirma o estilista, que agora vê sua história ecoar em uma das maiores vitrines do entretenimento global.
O livro que virou obra gráfica
Ao mesmo tempo, Herchcovitch é finalista no Prêmio Jabuti na categoria Produção Editorial – Projeto Gráfico, com o livro “Alexandre Herchcovitch: 30 anos para além da moda”, publicado pelo Museu Judaico de São Paulo. A obra celebra sua trajetória criativa em múltiplas linguagens, com imagens icônicas, textos e um projeto gráfico que transforma a moda em documento histórico e cultural.
“Estar entre finalistas dessas premiações é uma honra pessoal e um testemunho da força criativa do Brasil”, conta. “O livro e o documentário são duas formas diferentes de olhar para a mesma história: uma vida dedicada à criação.”
A dupla indicação reforça a versatilidade de Herchcovitch, que consolidou sua assinatura no design de moda e agora vê seu trabalho ser celebrado também no cinema documental e no universo editorial. “Minha trajetória mostra que a moda pode extrapolar os limites da roupa e se transformar em cultura, memória e linguagem”, conclui.
