Apesar de representarem a maioria da população e do eleitorado brasileiro, as mulheres ainda enfrentam enormes desafios para conquistar espaço na política. Mesmo com a legislação eleitoral garantindo 30% dos fundos eleitorais para candidaturas femininas, a realidade mostra que ainda há uma grande disparidade entre homens e mulheres no cenário político.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos mais de 187 mil candidatos que concorreram às eleições legislativas em 2020, apenas 24% votaram a disputar cargos em 2024. Entre os homens, esse número é de 40%, o que evidencia a dificuldade de permanência feminina na política.
Além disso, segundo dados do TSE:
🔹Em 2024, 159 mil mulheres concorreram a cargos de prefeita, vice-prefeita e vereadora.
🔹 Apenas 45.307 já foram disputadas nas eleições anteriores.
🔹 Entre as candidaturas que perderam em 2020, somente 8.221 desejaram novamente em 2024.
Esse baixo índice de recandidaturas reflete a falta de incentivo financeiro, apoio partidário e os desafios estruturais que as mulheres enfrentam ao ingressar na política.
⚖️ Violência Política de Gênero: O Silenciamento das Mulheres
Outro fator que desestimula a participação feminina na política é a violência política de gênero. Esse termo se refere a um conjunto de ações que busca intimidar, silenciar e descredibilizar mulheres nos espaços de poder, podendo ocorrer de forma física, psicológica ou digital.
Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) em parceria com o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM) revelou que:
🔹 60% das prefeitas e vice-prefeitas sofreram algum tipo de violência política de gênero.
🔹As agressões ocorrem tanto durante a campanha quanto no exercício do mandato.
🔹 O assédio e os ataques ocorrem, principalmente, nas redes sociais e dentro dos próprios partidos políticos.
A falta de segurança para esses atos contribui para a naturalização da violência contra mulheres na política, dificultando a renovação e permanência desses espaços.
📍Cenário Paulista: Aumento na Representatividade Feminina
Apesar das dificuldades, São Paulo teve um avanço significativo na participação feminina na política. Em 2024, 20 mulheres foram eleitas vereadoras para a Câmara Municipal, um aumento de 53,8% em relação a 2020. Isso representa 36,3% das 55 cadeiras disputadas, um número que, embora positivo, ainda está abaixo do patrimônio ideal.
Esse crescimento demonstra que, com políticas públicas efetivas e maior conscientização, é possível reduzir as barreiras para as mulheres na política.
🚀 Estratégias para Acelerar o Relógio da Igualdade
O conceito de “Relógio da Igualdade”, utilizado pelo Fórum Econômico Mundial, aponta que, no ritmo atual, o Brasil levaria 134 anos para alcançar a igualdade de gênero na política e no mercado de trabalho. Para reduzir esse tempo e garantir um futuro mais justo, é essencial investir em estratégias estratégicas.
A Plan International Brasil, organização não governamental que promove a igualdade de gênero, atua diretamente para transformar esse cenário. Segundo Ana Nery, especialista em Gênero e Inclusão da organização, algumas medidas são fundamentais para acelerar esse processo:
🔹 Investimento na formação política de mulheres: Criar programas de capacitação para lideranças femininas.
🔹 Fortalecimento de redes de apoio e mentorias: Construção de suporte dentro dos partidos para candidaturas femininas.
🔹Reformas institucionais: Implementação de sistemas internos de cotas de gênero e raça, com incentivos financeiros.
🔹 Combate à violência política de gênero: Criação de leis mais rígidas para punir a intimidação e o assédio contra mulheres na política.
🔹 Maior visibilidade para mulheres em espaços de poder: Promoção de campanhas e debates públicos sobre o tema.
Além disso, o Plan International Brasil trabalha com duas estratégias principais para acelerar a igualdade de gênero no Brasil:
1️⃣ Aumento do poder econômico das mulheres: Oferecendo projetos de empregabilidade, empreendedorismo e capacitação profissional.
2️⃣ Maior participação feminina na política e em cargos de liderança: Criando oportunidades para que mais mulheres possam disputar e ocupar espaços de poder.
📢 A Importância da Representatividade Feminina na Política
A presença de mulheres na política não é apenas uma questão de equidade de gênero, mas uma necessidade democrática. Quanto mais mulheres ocuparem cargos de decisão, mais políticas públicas externas para educação, saúde, combate à violência doméstica e igualdade salarial serão debatidas e renovadas.
Como enfatiza Ana Nery, da Plan International Brasil:
“Trabalhar para garantir os direitos de meninas e mulheres é atuar diretamente para acelerar o Relógio da Igualdade. Um mundo bom para as mulheres é um mundo mais justo para todas as pessoas.”
A sociedade precisa continuar orientada por mudanças estruturais para garantir que as futuras gerações de mulheres tenham mais oportunidades de participação política, reduzindo desigualdades e promovendo um Brasil mais representativo.
🔎Sobre a Plan International Brasil
Com mais de 25 anos de atuação no Brasil, a Plan International Brasil é uma organização humanitária presente em mais de 80 países, comprometida em romper ciclos de violência que afetam meninas e mulheres.
Seus projetos são implementados no Maranhão, Piauí, Bahia e São Paulo, trabalhando em parceria com movimentos sociais e o terceiro setor. A organização tem sido reconhecida nacionalmente por suas ações, recebendo diversos prêmios, como:
🏆 100 Melhores ONGs do Brasil
🏆 Prêmio Melhor ONG de Defesa de Direitos (2024)
🏆 Melhor ONG do Maranhão (2023 e 2024)
📢 Saiba mais sobre o trabalho da Plan International Brasil e como apoiar a causa em: www.plan.org.br