Unimed não cumpre acordo com Alesp para atendimentos a autistas e é notificada por deputado
Operadora de planos de saúde cancelou, entre janeiro e maio deste ano, 2,2 mil contratos com pessoas jurídicas, afetando, aproximadamente, 10 mil usuários, incluindo pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que eram atendidas em unidades regionalizadas
Unimed não cumpre acordo com Alesp para atendimentos a autistas e é notificada por deputado
Operadora de planos de saúde cancelou, entre janeiro e maio deste ano, 2,2 mil contratos com pessoas jurídicas, afetando, aproximadamente, 10 mil usuários, incluindo pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que eram atendidas em unidades regionalizadas
O deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania-SP) notificou a Unimed Brasil e a Central Nacional Unimed (CNU) por descumprimento quanto à reavaliação dos planos de saúde de autistas cancelados unilateralmente neste ano. Cinco meses atrás, as empresas se comprometeram a estudar caso a caso, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Nos documentos encaminhamos às operadoras, Rafa cobra celeridade e providências para que os serviços sejam restabelecidos.
Em 27/6, no Plenário "José Bonifácio", representantes da Unimed firmaram compromisso com os parlamentares da Comissão da Pessoa com Deficiência da Alesp para rever a situação dos afetados pela rescisão do plano de saúde.
De janeiro a maio deste ano, 2,2 mil contratos da operadora com pessoas jurídicas foram cancelados sem a anuência dos consumidores. A decisão prejudicou, aproximadamente, 10 mil usuários, incluindo autistas que eram atendidos em unidades regionalizadas da Unimed. Atualmente, a rede tem mais de 2 milhões de conveniados e abarca 339 cooperativas associadas.
Devido à falta de compromisso com as milhares de famílias de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que continuam sem atendimento na rede particular, Rafa Zimbaldi notificou a operadora de planos de saúde e ingressou com um novo pedido de informações.
O deputado do Cidadania lembra, inclusive, que, durante a audiência pública, em junho, a Diretoria da Unimed estipulou o prazo de até um mês para avaliar os contratos individualmente. Porém, isso não aconteceu até hoje:
"Estamos reivindicando um direito das famílias dos autistas que tiveram o contrato cancelado. A operadora de saúde assumiu um compromisso com o Legislativo. Iria checar possíveis irregularidades no rompimento dos planos de saúde e trabalhar para solucionar caso a caso. Não vamos aceitar que este silêncio resulte em mais prejuízos no tratamento dos autistas", acrescenta Zimbaldi.
Também em junho deste ano, a Diretoria da Unimed se comprometeu em voltar à Comissão da Pessoa com Deficiência da Alesp para uma conferência final sobre os planos de saúde dos autistas. O encontro não aconteceu:
"Uma pessoa com autismo que fica um mês sem tratamento regride equivalente a um ano. Estamos desapontados pela demora na avaliação desses contratos. O prejuízo para os autistas e seus familiares é enorme. É muita falta de sensibilidade e de empatia por parte da Unimed. Por mais que a legislação permita o cancelamento de contratos de pessoas jurídicas, sendo que muitos são Microempreendedores Individuais (MEIs), é preciso que as unidades associadas tenham um olhar humanizado com os pacientes prejudicados", complementa o parlamentar do Cidadania-SP.
Projetos
Zimbaldi é autor de seis projetos de lei voltados a pessoas com deficiência. Entre as principais medidas conquistadas nos últimos tempos estão a disponibilização de cadeira de rodas em escolas; a inclusão de QR Code com sinalização em braille em embalagens de produtos para deficientes visuais; a contratação de autistas; a inserção do cordão de fita com desenhos de girassóis em placas de atendimento prioritário; e a criação da Carteira de Identificação da Pessoa com Doença Rara.