✍ Por Vinicius Mororó
Deputada responde críticas do ex-presidente e afirma sofrer consequências emocionais e jurídicas após episódio armado em SP; STF já tem maioria pela condenação
A tensão entre antigos aliados da direita brasileira veio à tona nesta semana. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) reagiu publicamente à declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que a responsabilizou por prejuízos eleitorais à sua campanha em 2022. Durante entrevista ao podcast “Inteligência Ltda”, Bolsonaro afirmou que o episódio em que Zambelli sacou uma arma e perseguiu um eleitor de Lula (PT) nas ruas de São Paulo contribuiu diretamente para o desgaste de sua candidatura.
“Carla Zambelli tirou o mandato da gente”, disse Bolsonaro, alegando que a imagem da parlamentar armada foi usada contra sua campanha, associando-o ao discurso armamentista. “Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto”, completou.
Poucas horas depois, Zambelli respondeu com indignação. Em nota à imprensa e em postagens nas redes sociais, classificou as falas do ex-presidente como “injustas” e disse estar sofrendo com depressão em razão das acusações e julgamentos públicos desde o episódio ocorrido às vésperas do segundo turno das eleições.
“Sempre o defendi”: Zambelli se diz abalada com declaração
A deputada afirmou que agiu em legítima defesa ao sacar a arma naquele dia e questionou o peso simbólico que lhe foi atribuído por parte do eleitorado e, agora, pelo próprio Bolsonaro:
“Estou com depressão, sendo julgada, e no pior momento ele fala dessa forma… é trazer muito peso para as minhas costas”, declarou.
Zambelli alegou que foi provocada e agredida por quatro homens, e por isso teria sacado a arma para se defender. Ela diz ter porte federal de arma e lamenta que a imagem do episódio tenha sido usada como símbolo político de forma descontextualizada.
Ainda não houve manifestação oficial da liderança nacional do PL sobre o desentendimento.