IMS Rio fechará temporariamente para reforma e terá programação com instituições parceiras
O centro cultural estará aberto à visitação até 26 de março de 2023. A partir de abril, terá início a reforma da sede, com previsão de cerca de quatro anos. Nesse período, a programação idealizada pelo IMS será apresentada em outras instituições culturais do Rio.
IMS Rio fechará temporariamente para reforma e terá programação com instituições parceiras
O centro cultural estará aberto à visitação até 26 de março de 2023. A partir de abril, terá início a reforma da sede, com previsão de cerca de quatro anos. Nesse período, a programação idealizada pelo IMS será apresentada em outras instituições culturais do Rio.
Vista da fachada do novo anexo da sede carioca do Instituto Moreira Salles. Crédito: Render de Bernardes Arquitetura |
Com o intuito de ampliar e qualificar suas instalações para melhor receber o público, o Instituto Moreira Salles realizará uma reforma em sua sede do Rio de Janeiro, que acontece em duas frentes: o restauro da casa modernista e a construção de um novo edifício substituindo o prédio que hoje abriga uma galeria e parte das reservas de acervos. Durante as obras, cuja previsão de duração é de cerca de quatro anos, o centro cultural permanecerá fechado ao público. Os trabalhos terão início em abril deste ano. É possível visitar o IMS Rio até 26 de março, data de encerramento da exposição do fotógrafo Miguel Rio Branco, atualmente em cartaz no centro cultural. O restaurante da sede, Empório Jardim, também funcionará normalmente até 26/3.
Projetada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos em 1948 e inaugurada em 1951 como residência da família Moreira Salles, a casa que é sede do IMS Rio está situada no alto da Gávea, em um terreno de aproximadamente 10 mil metros quadrados, em meio à mata da floresta da Tijuca. Em 1999, passou por adaptações para se transformar em centro cultural. Tanto a casa como seus jardins, projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx, são tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal do Rio de Janeiro.
O projeto de restauro da casa passará pela aprovação dos órgãos competentes e seguirá todas as normas que regem a preservação de patrimônio histórico. Segundo o diretor-geral do IMS, Marcelo Araújo, "todas as intervenções previstas para a residência serão de restauro, com o intuito de garantir que a casa continue sendo visitada como uma referência da melhor qualidade da arquitetura residencial moderna brasileira".
O prédio que hoje abriga parte das reservas técnicas de acervos e uma sala expositiva será demolido para a construção de um novo edifício, projetado de acordo com parâmetros de acessibilidade e sustentabilidade. O novo edifício terá duas salas de exposição, com aproximadamente 300 m² cada uma, um auditório para sessões de cinema e eventos, com cerca de 120 lugares e sistema acústico de ponta, um novo espaço para restaurante e áreas para guarda e processamento de acervos.
O projeto é do escritório Bernardes Arquitetura. O arquiteto Francisco Abreu, sócio diretor do escritório, comenta o trabalho: "O projeto prevê uma requalificação total da sede da Gávea, criando uma nova galeria de padrão internacional ao mesmo tempo que resgata o projeto original da casa. O novo edifício servirá de articulador do conjunto, abrigando as galerias, auditório, restaurante, acervo, além de funcionar como acesso principal do público. Dessa forma, a casa passa a ser uma parte da visitação como acervo permanente da história do IMS."
Durante o período em que o IMS Rio ficará fechado para as obras, a instituição pretende assegurar sua presença na cidade com programação cultural. Para isso, mantém entendimentos com instituições cariocas a fim de firmar parcerias e realizar exposições e eventos.
Entre as parcerias já estabelecidas, estão as com o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, que apresenta até março a retrospectiva Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, exibida em 2022 no IMS Paulista, e o Museu de Arte do Rio - MAR, que, a partir de junho, recebe a mostra Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros, também exibida anteriormente na sede de São Paulo.
Enquanto as obras acontecem, os acervos e a administração do IMS Rio ficarão sediados na rua do Russel, no bairro da Glória, onde as equipes que cuidam dos acervos continuarão trabalhando e atendendo apenas pesquisadores que desejem consultar documentos e imagens. A previsão é que o atendimento, atualmente suspenso para a transferência das reservas, retorne no segundo trimestre de 2023.
Em seus mais de 20 anos de funcionamento, o IMS Rio apresentou exposições de grande relevância, como Rio: primeiras poses, Richard Serra: desenhos na casa da Gávea, Claudia Andujar: a luta Yanomami, Constelação Clarice, além de ter sediado evento anuais, como Dia D e Hora de Clarice, dedicados aos escritores Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade, e o Escuta Festival, evento de difusão da produção cultural das periferias da cidade que, na edição deste ano, reuniu mais de 4.000 pessoas. Com o aperfeiçoamento de suas instalações, o centro cultural ampliará ainda mais sua presença na cidade, recebendo o público da melhor forma possível.
Sobre o escritório Bernardes Arquitetura
Fruto de uma história que atravessa gerações, o escritório Bernardes Arquitetura foi criado em 2012 por Thiago Bernardes. É o espaço onde o arquiteto busca aprofundar seu trabalho autoral e desenvolver novas parcerias. Hoje integram o escritório os sócios Nuno Costa Nunes, Márcia Santoro, Camila Tariki, Dante Furlan, Francisco Abreu, Rafael de Oliveira, Thiago Moretti e Antonia Bernardes. Com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo e Lisboa, conta com equipe multidisciplinar de mais de 130 profissionais, nas áreas de arquitetura, urbanismo e design de interiores. Seu portfólio abrange desde projetos residenciais e comerciais, incluindo hotéis, restaurantes, instituições culturais e educacionais, até projetos urbanos, que incluem condomínios, bairros e masterplans.
Sobre o Instituto Moreira Salles
Fundado em 1992, pelo embaixador e banqueiro Walther Moreira Salles (1912-2001), o Instituto Moreira Salles está presente em três cidades brasileiras: Poços de Caldas, Rio de Janeiro e São Paulo. Seu acervo está distribuído em quatro áreas principais: Fotografia, Música, Iconografia e Literatura. O IMS organiza e recebe em seus centros culturais exposições de fotografia e de artes visuais de artistas brasileiros e estrangeiros, promove mostras de cinema e espetáculos musicais, publica catálogos de exposições, livros de fotografia, literatura e música e duas revistas: a ZUM, sobre fotografia contemporânea, e a serrote, de ensaios sobre arte, política e literatura.