Bancários destacam luta pela democracia em solenidade da Alesp pelos 100 anos de Sindicato
Entidade criada em 1923 em São Paulo também conquistou de forma pioneira vários direitos, como licença-maternidade e redução de jornada
Bancários destacam luta pela democracia em solenidade da Alesp pelos 100 anos de Sindicato
Entidade criada em 1923 em São Paulo também conquistou de forma pioneira vários direitos, como licença-maternidade e redução de jornada
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) celebrou, com uma sessão solene nesta segunda-feira (24), os 100 anos do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. A instituição centenária agrega mais de 140 mil trabalhadores nos 17 municípios da base de atuação. A homenagem da Alesp ocorreu por iniciativa do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT).
Primeiro bancário oriundo de banco privado a presidir o Sindicato (de 2004 a 2010), Marcolino sublinhou conquistas históricas, como jornada de 6 horas, licença-maternidade de seis meses e participação nos lucros e resultados. Contudo, o petista ressaltou que, mais que pautas corporativas, a organização sindical trabalhou em prol da democracia brasileira. "O Sindicato dos Bancários sempre teve papel de vanguarda. Passou, na linha de frente, pelas Diretas Já, pela redemocratização, pelo impeachment do Collor", frisou Marcolino.
Essa atuação política do Sindicato paulista também foi endossada por Juvândia Moreira, primeira mulher a ocupar o posto máximo da entidade, entre 2010 e 2017. A ex-presidente recordou que, desde 1923, o Sindicato passou por cinco intervenções militares, sendo a mais recente a de 1983, quando toda a diretoria foi deposta. "Uma entidade como a nossa ser atacada dessa forma é porque lutava pela democracia, por um Brasil melhor, para que a classe trabalhadora fosse respeitada, incluída", destacou.
A atual dirigente do Sindicato, Ivone Silva, declarou que, a despeito de ter um século de fundação, o Sindicato dos Bancários "é extremamente moderno nas suas pautas" voltadas para garantir a empregabilidade e o bem-estar dos trabalhadores em face dos avanços tecnológicos.
Conforme Silva, o Sindicato negocia, por exemplo, a adoção do teletrabalho e a redução da jornada semanal para quatro dias. "Nós pensamos nessa questão da tecnologia ocupando espaço de todos e como vamos fazer futuramente para realmente ter trabalho, então uma das formas é a diminuição da jornada" acredita.
Para Gilmar Carneiro, presidente do Sindicato entre 1988 e 1994, outro desafio da instituição centenária será incentivar a interiorização da economia paulista. Na visão de Carneiro, a privatização do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) em 2020 contribuiu para o empobrecimento da região. "O Banespa controlava 25% do crédito rural do Brasil. Não é à toa que interior de São Paulo ficou mais pobre. Nós temos que recuperar o desenvolvimento e a qualidade de vida do interior", defendeu.
Também fizeram uso da tribuna na sessão solene os deputados petistas Paulo Fiorilo e Eduardo Suplicy e o presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP), Douglas Izzo.