Eleições 2024: O Medo do Patriarcado em Colapso
Data de Publicação: 14 de setembro de 2024 14:49:00 A pergunta que fica é: os eleitores brasileiros vão permitir que o dinheiro e a corrupção continuem a ditar os rumos da política? Ou vão optar por uma nova forma de governança, onde a igualdade de gênero não seja uma ameaça, mas uma força transformadora? Se 2024 marcará o início dessa transformação, apenas o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: as mulheres não estão mais dispostas a ficar em silêncio.
Eleições 2024: O Medo do Patriarcado em Colapso
Por, Vinicius Mororó
Em tempos de eleições, é evidente que a presença feminina no cenário político brasileiro vem incomodando profundamente muitos homens. Mas a pergunta central é: por que muitos homens não querem mulheres na política? Para responder, é preciso compreender que o jogo político não é apenas sobre quem tem mais votos ou apoios, mas sobre quem tem o poder de definir as regras, e essas regras, por muito tempo, foram desenhadas por e para homens.
Historicamente, a política no Brasil – e no mundo – foi um ambiente hostil para as mulheres. Elas foram relegadas a papéis subalternos, mesmo quando qualificadas, e excluídas dos espaços de decisão. O avanço da participação feminina nas eleições de 2024, no entanto, representa um choque ao status, e se torna uma ameaça real à perpetuação do patriarcado. As mulheres, ao exigirem espaço e igualdade, estão provocando uma desconstrução necessária e temida.
Mas o medo dos homens de perder poder vai além da simples disputa eleitoral. Ele reflete uma angústia existencial de que suas posições de privilégio possam se desmantelar. Para eles, as mulheres não estão apenas concorrendo a cargos; estão, no fundo, subvertendo séculos de domínio masculino sobre a política. Esse medo se manifesta de formas diversas: perseguições, tentativas de desqualificação e, em casos extremos, corrupção e violência. Homens com fichas criminais em andamento estão investindo pesado em campanhas difamatórias e subornos para minar candidatas femininas.
A tática é clara: desacreditar a capacidade e a idoneidade das mulheres. Elas, que já têm de provar sua competência em dobro, são obrigadas a enfrentar ataques que colocam em xeque sua moralidade, sua competência e até sua dignidade. Em contraste, muitos desses homens permanecem no jogo político mesmo com escândalos de corrupção ou investigações criminais em andamento.
E por que essa estratégia? Porque no fundo, não se trata apenas de vencer eleições, mas de impedir uma mudança estrutural. A presença feminina ameaça o modelo de poder vertical, em que homens se sustentam mutuamente, criando barreiras para impedir o avanço das mulheres e, com isso, garantir sua própria sobrevivência política. O medo é perder, não apenas cargos, mas o controle sobre as narrativas políticas, sociais e econômicas.
Mas, apesar de tudo, as mulheres seguem em frente. Estão nas ruas, nas redes sociais, nas urnas, enfrentando essas tentativas de deslegitimação. O que está em jogo em 2024 é mais do que uma simples eleição. É uma luta por espaço, por voz e por reconhecimento. É a materialização de uma mudança profunda na forma como o poder é exercido no Brasil.
Os homens que temem essa mudança sabem que a política nunca mais será a mesma. E é justamente isso que os desespera. Eles sabem que, uma vez que as mulheres ocupem mais espaços, será impossível retroceder. O patriarcado, portanto, não está apenas lutando por votos; está lutando por sua sobrevivência.
A pergunta que fica é: os eleitores brasileiros vão permitir que o dinheiro e a corrupção continuem a ditar os rumos da política? Ou vão optar por uma nova forma de governança, onde a igualdade de gênero não seja uma ameaça, mas uma força transformadora? Se 2024 marcará o início dessa transformação, apenas o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: as mulheres não estão mais dispostas a ficar em silêncio.
Este é um novo capítulo da história política do Brasil.
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