A Importância da Participação Popular na Fiscalização dos Políticos em Cotia

Por Vinicius Mororó

A democracia é sustentada não apenas pelos votos depositados nas urnas, mas também pela participação ativa da população na fiscalização do trabalho de seus representantes. Em Cotia, essa necessidade se faz ainda mais evidente após os recentes episódios envolvendo a eleição para a presidência da Câmara Municipal.

O prefeito Welington Formiga foi eleito com uma votação histórica, consagrando-se como o mais votado na história da cidade. Contudo, a derrota de seu candidato à presidência da Câmara, o vereador Peka Santos, por apenas um voto, evidenciou que nem todos os parlamentares estão alinhados com o Executivo. Esse resultado indica que, no momento de discutir e votar projetos enviados pela Prefeitura, a aprovação pode não ser garantida, refletindo a pluralidade de pensamento entre os 9 vereadores que formam a base divergente.

Essa divergência, no entanto, não deve ser interpretada como um obstáculo ao desenvolvimento de Cotia, mas como uma oportunidade para o debate. O histórico recente da gestão anterior, sob o ex-prefeito Rogério Franco, serve como um lembrete importante. Durante aquele período, a população frequentemente cobrou uma maior fiscalização por parte da Câmara, demonstrando insatisfação com o que consideravam ser uma postura inerte do Legislativo. Essa insatisfação foi traduzida nas urnas com a renovação de grande parte dos vereadores.

A presença da população nas sessões legislativas e o acompanhamento das votações são ferramentas cruciais para garantir que os projetos discutidos sejam, de fato, benéficos para a cidade. Todo esse "jogo de poder" é parte da política, onde negociações e alianças são comuns. Contudo, é fundamental que essas articulações sejam feitas em prol do bem comum, e não em busca de benefícios individuais.

É por isso que cabe à população relembrar a todos os ocupantes dos cargos do Executivo e do Legislativo que eles estão ali porque receberam um mandato popular. A fiscalização cidadã é essencial para evitar que o poder se desvirtue de sua função primordial: servir aos interesses da comunidade.

Como diz o ditado popular, "há muita água para passar por debaixo dessa ponte". E é justamente nesse fluxo que o povo deve estar presente, retomando seu papel de protagonista e exigindo transparência, responsabilidade e compromisso dos seus representantes. Porque, em ultima instância, o poder pertence ao povo.