Olá leitores!
Quero falar sobre a oportunidade de trabalhos para nós, autistas adultos. Temos dificuldades de nos expressarmos da maneira “convencional” imposta pela sociedade, temos que olhar nos olhos, apertar as mãos, abraçar pessoas que muitas das vezes não ligam para quem somos de verdade. 
Na maioria das vezes, temos que nos comportar como robôs no meio das pessoas para poder fazer parte do meio profissional. É muito difícil para um autista se auto- promover, não sabemos florear as conversas, somos focados e objetivos no que nos propomos a fazer.
 Não precisamos fixar os olhos nas pessoas para prestar atenção, entre outras normas que jugam ser “etiqueta profissional”. Cada um tem seu jeito diferente de absorver as informações, existem vários níveis de autistas: suporte 1, 2 e 3; cada nível com sua necessidade de atenção. Isso não nos impede de fazer parte do mercado de trabalho, mesmo que alguns precisem do apoio dos familiares no translado para o trabalho, essa oportunidade de ser produtivo ajuda muito no convívio na sociedade, só precisamos de pessoas que tenham um olhar humanizado, precisam deixar os pré-conceitos de lado e deem oportunidade o profissional mostra seu potencial.
Temos dificuldades de entender sarcasmo, como muitos dizem: “frases entre linhas”; somos muito literais, necessitamos de objetividade em nossos diálogos cotidianos.
 Posso falar de mim, que vim ao mundo com pacote completo, sou negro, autista, TDAH, disléxico e mesmo assim me sinto vencedor. Hoje, com 43 anos, superei muitas dificuldades, sou filho, marido, pai, profissional, porém, vejo o mundo com muita resistência ainda para nós autistas adultos. 

A pergunta que deixo aqui é para os políticos e empresários: Vocês estão se preparando para essa inclusão no mercado de trabalho? 

Dr.h.c Vinicius Mororó
Jornalista/Colunista 
Jornal Impacto Cotia