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Denúncia sobre o Ribeirão dos Foges- Caucaia do Alto

Denúncia sobre o Ribeirão dos Foges- Caucaia do Alto

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Denúncia sobre o Ribeirão dos Foges- Caucaia do Alto

A ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE ITUPARARANGA Localizada no alto curso do Rio Sorocaba, a Represa Itupararanga é o principal manancial de abastecimento público da UGRHI-10 - Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Sorocaba - Médio Tietê), e abastece, aproximadamente, 800.000 mil pessoas (cerca de 63% da população da bacia).

É formada pelos Rios Sorocaba, Sorocamirim, Una e Sorocabuçu, possui 26 km de canal principal e 192,88 km de margens. Os principais usuários deste manancial são os municípios de Alumínio, Mairinque, Sorocaba e Votorantim.
O reservatório também fornece energia para a Votorantim Energia, empresa detentora da concessão de uso cedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), além de regularizar a vazão do rio Sorocaba.

Além disso, Itupararanga é um importante atrativo turístico, sendo frequentada por visitantes e pescadores esportivos da região.

Outro uso importante é a irrigação das áreas agrícolas localizadas em seu entorno.
Em função da importância do reservatório, foi criada pela Lei Estadual 10.100/98, a APA - Área de Proteção Ambiental de Itupararanga, uma unidade de
conservação que abrange os municípios de Ibiúna, Piedade, Votorantim, Vargem Grande Paulista, São Roque, Mairinque, Alumínio e Cotia (Distrito de Caucaia do
Alto).  
O perímetro da APA foi ampliado pela lei estadual 11.579/2003.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 1 – Território da APA de Itupararanga

As Unidades de Conservação podem ser definidas como um espaço territorial e seus recursos ambientais, com características naturais relevantes, ao qual se aplicam
garantias adequadas de proteção. Podem ser criadas pelo poder público municipal, estadual ou federal, e estão sujeitas às regras definidas pela Lei nº 9.985, de 2000,
que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Uma Unidade de Conservação é classificada de acordo com a forma de proteção e com os usos
permitidos em seu território. Podem ser de Proteção Integral, que tem como objetivo básico preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos
naturais, com exceção dos casos previstos na lei, ou de Uso Sustentável, cujo objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos
seus recursos naturais. A APA de Itupararanga enquadra-se na categoria de Unidade de Uso Sustentável. A criação da APA de Itupararanga foi motivada em função da importância regional do reservatório e da necessidade de se assegurar a sustentabilidade dos usos dos recursos naturais e disciplinar o uso e ocupação do solo deste território.
Atualmente, a gestão da APA de Itupararanga está sob a responsabilidade da Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo, que preside o Conselho Gestor desta Unidade de Conservação. O objetivo principal da APA de Itupararanga é preservar, conservar e recuperar os recursos naturais, em especial, os recursos hídricos e remanescentes florestais da bacia hidrográfica formadora da represa. O principal instrumento de planejamento e gestão da APA de Itupararanga é seu Plano de Manejo, documento técnico que tem como objetivo orientar a gestão e promover o manejo dos recursos naturais da unidade de conservação. O plano de manejo da APA foi aprovado pela Deliberação 16/2010 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA), que estabelece a obrigatoriedade de serem cumpridas as exigências e as recomendações do plano e do zoneamento ambiental da unidade de conservação. Os documentos podem ser acessados por meio do link https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-demanejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-apa-itupararanga/  O Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) de Itupararanga é o órgão consultivo, responsável pela gestão desta unidade de conservação, e tem entre suas atribuições, manifestar-se, quando requerido pelas instituições do sistema ambiental paulista, sobre os empreendimentos que venham pleitear instalar-se no território da APA.

Como estão ocorrendo as instalações de novos empreendimentos na APA de Itupararanga

Nos últimos anos, tem-se observado um elevado número de empreendimentos, em especial, imobiliários que estão sendo implantados nos municípios que integram a
APA, inclusive, nas margens da represa Itupararanga. Em Cotia, em especial no Distrito de Caucaia do Alto, tem ocorrido de forma acentuada a ocupação desordenada e irregular do território. No entanto, tem-se constatado que, em muitos casos conforme os registros ilustrados no documento anexo, a CETESB enquanto órgão licenciador não considerou em sua análise os objetivos e as recomendações apontados no plano de manejo para a aprovação de empreendimentos e atividades no território da APA, autorizando, por exemplo, a supressão de vegetação em zonas da APA onde se prioriza a manutenção da vegetação existente. Em outros casos, o órgão licenciador não deu ciência ao órgão gestor da APA, aprovando a instalação de empreendimentos e atividades em áreas sensíveis da unidade, em especial, as várzeas dos cursos d´água que abastecem o reservatório de Itupararanga.
Outros empreendimentos instalados nos municípios que integram a APA sem o devido licenciamento já foram denunciados às prefeituras e às agências da CETESB locais, mas, até o momento, as providências necessárias para paralisação ou regularização não foram tomadas, de modo que persistem a degradação ambiental e os conflitos no uso e ocupação do solo em relação ao que é estabelecido pelas normas legais.

Além das situações apresentadas, os empreendimentos avaliados e aprovados pelo Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais (GRAPROHAB) e que
não foram submetidos à análise do Conselho Gestor da APA de Itupararanga também trazem preocupação. O órgão tem por objetivo centralizar e agilizar os procedimentos
administrativos de aprovação do Estado, para implantação de empreendimentos de parcelamentos do solo para fins residenciais, conjuntos e condomínios habitacionais,
públicos ou privados.

Nestes casos, não houve a participação do Conselho Gestor no processo de análise e indicação das recomendações para atendimento ao
zoneamento e ao plano de manejo da APA de Itupararanga.

Cotia na APA de Itupararanga

O Distrito de Caucaia do Alto está inserido na Área de Proteção Ambiental de Itupararanga, e todos os rios e córregos são afluentes do Rio Sorocamirim, um dos
formadores da represa Itupararanga.

O Ribeirão dos Foges
O Ribeirão dos Foges é um importante afluente do Ribeirão Vargem Grande, que deságua no Rio Sorocamirim, formador da Represa Itupararanga. Pode ser observado ao lado da ferrovia que atravessa o pontilhão na Rodovia Bunjiro Nakao no km 50. O Foges tem suas nascentes localizadas no Distrito de Caucaia do Alto, e tem sido afetado pelo lançamento de esgotos doméstico sem tratamento e por efluentes industriais ao longo do seu percurso.

 

 

 

 

Ponte sobre o Ribeirão dos Foges, na Rodovia Bunjiro Nakao,

km 50, ao lado da linha do trem.

 

O Saneamento em Caucaia do Alto
A pedido da SOS Itupararanga, aconteceu em março deste ano, uma reunião
com a equipe da Unidade de Planejamento Oeste e com a UGR/ Cotia, ambas da
Sabesp, para tratar da situação do Ribeirão dos Foges. O encontro também contou
com a participação da gestão da APA da Itupararanga.
A SOS Itupararanga esclareceu que o que motivou a reunião de hoje com a
Sabesp foi a constatação de espumas, odor característico de efluente industrial e
alteração na cor da água deste ribeirão, ainda quando eram realizadas as vistorias das
obras de duplicação da Rodovia Bunjiro Nakao. Naquela ocasião, a denúncia foi
encaminhada à CETESB/Agência de Embu das Artes e à gestão da APA de
Itupararanga
. A ONG também enfatizou que o objetivo deste encontro é buscar, em
conjunto com a Sabesp e a gestão da APA, as eventuais soluções para este problema,
que tem impactado de forma significativa a qualidade das águas deste importante
contribuinte da represa.
A Sabesp informou que aquela região, pertencente ao município de Cotia,
não possui rede coletora de esgotos, e que o lançamento destes efluentes é feito
pelos imóveis ali localizados. Ressaltou a importância de incluir a prefeitura de Cotia neste tema, pois cabe ao executivo fiscalizar se a destinação adequada destes
efluentes está sendo praticada de acordo com os projetos aprovados pelo município.
Sobre as previsões para a universalização do saneamento em Caucaia, a
Sabesp apontou para o ano de 2033.

 

 

 

Hoje, há um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a companhia, a Prefeitura e o Ministério Público, que determina um cronograma de atendimento a três bacias no município, com atendimento de aproximadamente, 80% da população de Cotia, mas que não inclui o Distrito de Caucaia do Alto.

Segundo a Sabesp, a região de Caucaia é complexa do ponto de vista da topografia e do tipo de ocupação, pois possui inúmeros núcleos isolados, o que exige
grandes investimentos e estudos para encontrar uma solução técnica e economicamente viável. O licenciamento ambiental é outra etapa a ser vencida, pois
consome prazos longos até a aprovação dos projetos de saneamento.

A boa notícia é que o Jardim das Oliveiras, comunidade localizada no distrito de Caucaia, receberá um Sistema de Tratamento de Esgotos que atenderá cerca de
600 residências. Após quase 20 anos de espera, a Sabesp conquistou a aprovação pelos órgãos ambientais para a execução deste importante projeto.

 

Localidades onde não existe o tratamento de esgoto em Caucaia do Alto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ribeirão dos Foges, centro de Caucaia do Alto.

Ribeirão dos Foges, próximo ao Sítio Casa  Refúgio

Ribeirão dos Foges, na Água Espraiada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Espuma na água comprova a presença de poluição. Ribeirão dos Foges, Água Espraiada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público SOS Itupararanga

Rua Colômbia, 323 – Centro – Ibiúna/SP - CEP 18150-000
Fone: (15) 3248-3719 - e-mail: sos_itupararanga@terra.com.br

Viviane Rodrigues de Oliveira
Diretora Executiva
@vivi_oliveira_ibiuna

 

A SOS Itupararanga é uma entidade ambientalista, sem fins lucrativos, fundada em 2000, com Sede no Município de Ibiúna, e que tem por objetivos promover a preservação das águas da Represa Itupararanga e auxiliar no processo de desenvolvimento sustentável da região por ela coberta.


Dentro de seu plano de trabalho, a SOS Itupararanga prioriza ações como:

- Acompanhar a regulamentação da APA - Área de Proteção Ambiental deItupararanga;
- Lutar contra a pesca predatória na Represa;
- Participar, junto aos órgãos responsáveis pela fiscalização da área, de ações
referentes a denúncias e projetos de preservação da Bacia;
- Desenvolver projetos na área de promoção social de jovens;
- Desenvolver projetos na área da Educação Ambiental
Atuamos junto aos órgãos responsáveis pela gestão dos recursos naturais da
região, como:
- Membro do CBH-SMT – Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e
Médio-Tietê, de suas Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho;
- Coordenação da Câmara Técnica de Proteção das Águas (CT-PA) do CBHSMT;
- Membro do Conselho Gestor da APA – Área de Proteção Ambiental de
Itupararanga;
- Membro do Conselho Gestor do Parque Estadual do Jurupará;
- Membro do CONDEMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente de Ibiúna;
- Membro do Conselho Deliberativo da FABH-SMT – Fundação Agência da
Bacia Hidrográfica Sorocaba Médio Tietê.

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