Ministério Público do Trabalho recomenda que governo Ratinho deixe de ameaçar professores
Ministério Público do Trabalho recomenda que governo Ratinho deixe de ameaçar professores
Em um contexto de crescentes tensões sociais e educacionais, o Ministério Público do Trabalho (MPT) do Paraná emitiu uma recomendação crucial ao governo de Ratinho Jr. nesta quarta-feira (29). Em um gesto de defesa dos direitos trabalhistas e da dignidade profissional, o MPT orienta o governo a cessar imediatamente quaisquer práticas de ameaça e assédio moral contra os educadores do estado.
A denúncia que motivou esta intervenção foi articulada pela APP-Sindicato, que representa os professores e funcionários da rede estadual de ensino. Conforme o sindicato, desde que a categoria decidiu entrar em greve, a pressão sobre os profissionais se intensificou.
As ameaças, supostamente orquestradas pelos Núcleos Regionais de Educação, incluem advertências de descontos salariais, processos administrativos e até mesmo demissões para aqueles que aderissem ao movimento grevista programado para iniciar na próxima segunda-feira, dia 3.
O cenário descrito é alarmante. Vídeos com ameaças explícitas e veladas começaram a circular nas redes sociais, exacerbando o clima de medo e incerteza entre os profissionais da educação. Um exemplo notório foi divulgado pela deputada Ana Júlia (PT), que evidenciou uma chefe de Núcleo instruindo os educadores a manterem as escolas abertas, independentemente da greve.
A greve, por sua vez, é uma resposta direta ao controverso projeto de lei encaminhado pelo Governo do Paraná à Assembleia Legislativa. Este projeto prevê a terceirização da parte administrativa de 200 escolas estaduais, uma medida que, entre outras implicações, permitiria a contratação de professores sem concurso público ou processo seletivo. A APP-Sindicato argumenta que tal medida não apenas precariza o trabalho docente, mas também compromete a qualidade da educação oferecida aos estudantes.
Diante deste contexto, o MPT fez um apelo enfático pela proteção dos direitos dos professores.
O órgão enfatizou a ilegalidade de qualquer forma de coação contra os grevistas, lembrando que a greve é um direito constitucional garantido. Para fortalecer esta proteção, o sindicato orienta que os profissionais ameaçados ou que presenciem situações de assédio registrem e enviem suas denúncias para o e-mail juridico@app.com.br ou pelo WhatsApp (41) 2170-2500.
A recomendação do MPT não é apenas um ato jurídico, mas um sinal de resistência e solidariedade em um momento crítico. Os professores, pilares fundamentais da sociedade, enfrentam um desafio que vai além das salas de aula: a luta por condições dignas de trabalho e pelo reconhecimento de seu papel essencial. A comunidade educacional e a sociedade como um todo aguardam, atentos, os desdobramentos desta situação, na esperança de que prevaleça o respeito pelos direitos humanos e trabalhistas.