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Rosana Valle propõe que condenados por crimes hediondos passem mais tempo na prisão

Rosana Valle propõe que condenados por crimes hediondos passem mais tempo na prisão

Projeto da deputada federal do PL-SP quer elevar para 60% o regime fechado contra os atuais 40% previstos na Lei de Execução Penal; medida também prevê cumprimento de 70% para chefes de facções e milicianos

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Rosana Valle propõe que condenados por crimes hediondos passem mais tempo na prisão

Projeto da deputada federal do PL-SP quer elevar para 60% o regime fechado contra os atuais 40% previstos na Lei de Execução Penal; medida também prevê cumprimento de 70% para chefes de facções e milicianos

A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) protocolou, nas últimas horas, um projeto de lei que aumenta o tempo em regime fechado para criminosos, mesmo que primários. A medida quer impedir que condenados voltem às ruas de forma antecipada.

A proposta da parlamentar eleva em 20% o cumprimento da pena em regime fechado para crimes hediondos, como tráfico de drogas, homicídio, latrocínio, e estupro - só para citar alguns previstos no Código Penal. A ideia é que, mesmo réus primários, passem um período maior na cadeia, na modalidade mais rígida da privação de liberdade. Hoje, o sistema possibilita que após 40% do tempo de condenação haja a progressão para um regime mais brando, o semiaberto. Rosana quer 60%.

Outros tipos de criminosos também serão impactados com o projeto de lei da parlamentar, como é o caso de chefes de facções (de 50% para 70% da pena em reclusão total), milicianos (de 50% para 70% da condenação) e reincidentes de crimes hediondos com resultado de morte, vedada a liberdade condicional (de 70% para 80% da pena).

No entendimento de Rosana, "delitos hediondos representam umas das faces mais sombrias e desafiadoras da realidade brasileira, violando princípios fundamentais da dignidade humana":

"Do homicídio qualificado ao estupro, passando pelo sequestro e pela tortura, estes crimes deixam rastros de destruição, de dor e de traumas nas vítimas e em suas famílias. Este projeto de lei é fundamental para que o Estado adote medidas enérgicas e rigorosas, com regimes de cumprimento mais severos. Lugar de criminoso é na cadeia, preso, e não zanzando em sociedade, usufruindo de maneira estapafúrdia das lacunas encontradas na legislação brasileira".

De Richthofen a Nardoni

Com o projeto de lei 1170/24 em vigor, criminosos como Suzane Von Richthofen, condenada, inicialmente, a 39 anos e seis meses de prisão, por matar os pais, em 2002, teriam um cumprimento de pena 20% maior no regime fechado. Suzane conquistou o semiaberto em outubro de 2015 e passou a ter permissão para deixar a cadeia nas saídas temporárias. Atualmente, com 40 anos e em liberdade, a condenada cursa Biofarmácia numa faculdade particular de Taubaté-SP.

Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos e dois meses, por homicídio triplamente qualificado, sendo a vítima sua filha Isabella Nardoni, na época com 5 anos, seria, hoje, igualmente impactado pela proposta de Rosana. Após 11 anos de sua condenação, Nardoni foi beneficiado com o regime semiaberto.

Uma vez protocolado, o projeto da deputada do PL-SP passará, agora, por análise nas Comissões Permanentes do Congresso Nacional. Caso aprovada, a proposta seguirá ao Senado ou ao Plenário.

 

Imagem da Galeria Rosana Valle
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