Recorde de Casos de Dengue em São Paulo em 2024 e Cenário Preocupante para 2025

Recorde de Casos de Dengue em São Paulo em 2024 e Cenário Preocupante para 2025

Data de Publicação: 23 de dezembro de 2024 17:47:00

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Recorde de Casos de Dengue em São Paulo em 2024 e Cenário Preocupante para 2025

 

Por Vinícius Mororó

São Paulo encerra 2024 com um marco alarmante: mais de 2 milhões de casos confirmados de dengue, configurando um recorde histórico para o estado. A explosão no número de infectados foi atribuída a um conjunto de fatores que envolve desde o ciclo natural da doença até a intensificação de condições climáticas favoráveis à proliferação do Aedes aegypti.

Ralcyon Teixeira, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, destacou a gravidade da situação em entrevista recente. "A dengue é uma doença cíclica. A cada dois ou três anos, temos um aumento expressivo nos casos. Em 2024, a combinação de diferentes sorotipos do vírus circulando ao mesmo tempo, com uma população suscetível e temperaturas mais altas, criou um cenário perfeito para o surto", afirmou o especialista.

Clima e Desafios

As mudanças climáticas globais, que alteram os padrões de chuvas e calor, são apontadas como um catalisador para o aumento dos casos. "O calor e a umidade criam condições ideais para o mosquito transmissor. Esses fatores, somados à urbanização desordenada e à falta de saneamento básico em muitas regiões, dificultam o controle", explica Teixeira.

Além disso, as campanhas de conscientização e as ações de combate ao vetor enfrentam desafios logísticos e financeiros. "O engajamento da população é crucial para eliminar criadouros, mas a sobrecarga nos sistemas de saúde também precisa ser enfrentada com investimentos significativos", alerta o infectologista.

Previsões para 2025

Especialistas já antecipam que o próximo ano pode ser ainda mais desafiador. Com a chegada de períodos mais quentes e a circulação contínua de múltiplos sorotipos do vírus, a expectativa é de um aumento nos casos graves, incluindo a febre hemorrágica da dengue, que pode ser fatal.

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo anunciou medidas emergenciais, como a intensificação de mutirões para combate ao mosquito e a ampliação do atendimento nas unidades de saúde. Porém, especialistas advertem que essas ações, embora importantes, podem ser insuficientes diante da gravidade do quadro.

A Responsabilidade Coletiva

A mensagem principal para 2025 é clara: o combate à dengue depende da ação de todos. Eliminar focos de água parada, colaborar com os agentes de saúde e buscar atendimento precoce ao identificar os sintomas são atitudes essenciais.

No entanto, a crise atual expõe a necessidade de um planejamento mais amplo e sustentável. Investimentos em saneamento básico, educação e pesquisa são apontados como estratégias fundamentais para prevenir novos surtos e minimizar o impacto da doença em longo prazo.

Enquanto o estado se prepara para enfrentar um cenário ainda mais desafiador, a população e as autoridades devem estar alertas. A dengue não é apenas uma questão de saúde pública, mas um reflexo das desigualdades e dos desafios ambientais que moldam a realidade brasileira.

 

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